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Helio Felix's avatar

Sou anestesista e posso contribuir com algumas observações de cunho mais prático. Induzir um êxito letal "confortável" utilizando substâncias disponíveis em hospitais é, em tese, algo trivial. Nos EUA, o sistema penal tem dificuldade de acesso a essas substâncias e meus colegas estadunidenses não participam dessas execuções. Isso cria uma situação estranha de "dedesa da vida", por parte de governos e de empresas que bloqueiam a venda desses produtos, mas que penalizam os condenados a sofrerem. Não é tema fácil.

Um adendo: sufocamento por nitrogênio nunca foi tentado para esse tipo de execução, mas qualquer médico de bom senso sabe que não é uma boa ideia, pois o sofrimento é óbvio. Prever que o condenado vai "perder a consciência após alguns segundos inalando nitrogênio", como foi dito antes da execução, é simplesmente desonesto. Creio que matar a pauladas também nunca tenha sido tentado para este fim contemporaneamente, mas é banal inferir que deve gerar sofrimento antes da morte (talvez menos do que o nitrogênio). O argumento de que o método seja aceitável por não ter sido usado antes é bizarro e irracional.

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Felipe V.'s avatar

Talvez a gente devesse fazer um pergunta ainda mais elementar: Pq o Estado não deve matar pessoas. Nossos presídios são masmorras e penso que o são porque boa parte das pessoas o querem.

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