Post estimulante demais para uma noite de insônia, Fá. :) Gosto muito da discussão sobre imaginação, imaginário e política. Ela é central na minha pesquisa e o uso que você fez dela aqui é surpreendente. Sobre Platão, fui estudar grego por amor a ele (mais ao do Banquete que ao da República, mas não importa). Tudo bem, confesso: esse amor decorreu de um amor, a essa altura antigo, por uma velha senhora minha amiga (e do encorajamento da Jeanne-Marie).
Rê, brigado demais! Eu acho que o Platão é sempre o fantasma das nossas discussões sobre ideologia, né? Mas ainda mais agora, quando o imaginário, o postulado como uma forma, vira tão real para tanta gente. O legal é que na intersecção da República com o Banquete (eu disse banquete!) isso fica ainda mais rico ,pq a gente pode relacionar as formas com o desejo, com o amor, com o tesão, com o nojo, e a coisa fica muito genial. O Platão é legal pq ele é muito antigo, muito estranho para nossos ouvidos contemporâneos - ao mesmo tempo que é tão, tão, tão atual.
Outro dia falava com minha irmã sobre as crianças (ela tem filhas!) e me lembrei do Banquete por algo que você escreveu acima: uma dimensão importante da experiência das mulheres é compreender que viver implica perceber e dar forma aos próprios desejos e que isso importa porque o desejo é vetorial, é aquilo em função do que nos movemos no mundo. Como os homens, depois aprendemos a dizer "sim" e "não" aos nossos desejos, e a descer do cavalo quando ele nos leva rumo ao precipício, mas, já que estamos falando em banquete!, a falta do pau e a vida em sociedades que, bom, são como são torna inafastável esse trabalho precedente.
Post estimulante demais para uma noite de insônia, Fá. :) Gosto muito da discussão sobre imaginação, imaginário e política. Ela é central na minha pesquisa e o uso que você fez dela aqui é surpreendente. Sobre Platão, fui estudar grego por amor a ele (mais ao do Banquete que ao da República, mas não importa). Tudo bem, confesso: esse amor decorreu de um amor, a essa altura antigo, por uma velha senhora minha amiga (e do encorajamento da Jeanne-Marie).
Rê, brigado demais! Eu acho que o Platão é sempre o fantasma das nossas discussões sobre ideologia, né? Mas ainda mais agora, quando o imaginário, o postulado como uma forma, vira tão real para tanta gente. O legal é que na intersecção da República com o Banquete (eu disse banquete!) isso fica ainda mais rico ,pq a gente pode relacionar as formas com o desejo, com o amor, com o tesão, com o nojo, e a coisa fica muito genial. O Platão é legal pq ele é muito antigo, muito estranho para nossos ouvidos contemporâneos - ao mesmo tempo que é tão, tão, tão atual.
Outro dia falava com minha irmã sobre as crianças (ela tem filhas!) e me lembrei do Banquete por algo que você escreveu acima: uma dimensão importante da experiência das mulheres é compreender que viver implica perceber e dar forma aos próprios desejos e que isso importa porque o desejo é vetorial, é aquilo em função do que nos movemos no mundo. Como os homens, depois aprendemos a dizer "sim" e "não" aos nossos desejos, e a descer do cavalo quando ele nos leva rumo ao precipício, mas, já que estamos falando em banquete!, a falta do pau e a vida em sociedades que, bom, são como são torna inafastável esse trabalho precedente.